segunda-feira, 9 de agosto de 2010

.duplicidade.


Ela era o dia. Ele a noite. Ela dormia demais. Ele tinha insônia. Ela ria. Ele ria. Ela gostava de escrever. Ele de ler o que ela escrevia. Ela acreditava no explicável. Ele em Deus. Ela cantava. Ele bebia. Ela no momento. Ele no amor. Ela chorava à toa. Ele ria sem motivo. Ela tinha trabalho. Ele uma profissão. Ela era a montanha. Ele o mar. Ela era a distância. Ele a saudade. Ela estava ali. Ele sempre lá. Ela tinha família que são seus amigos. Ele tinha amigos que são sua família. Ela acredita. Ele duvida. Ela tenta entender. Ele amava. Ela falava dormindo. Ele tirava o lençol. Ela é o frio. Ele o calor. Ela é incapaz de mentir. Ele nem sempre entende a verdade. Ela pensa. Ele sente. Ela sente. Ele pensa. Ela guarda pra si. Ele desabafa. Ela é imaginação. Ele o toque. Ela é o enigma. Ele a curiosidade. Ela escreve sem atenção. Ele pensa demais. Ela se cala. Ele fala demais. Ela está sempre ali. Ele nem sempre pode. Ela sonha. Ele vive. Ela é da Lua. Ele é da Terra. Ela tem medo de escuro. Ele tem medo do claro. Ela descreve as pessoas. Ele as observa. Ela pensa em crimes. Ele pensa em como acabar com eles. Ela lê rótulos de shampoo. Ele lê livros. Ela gosta de animais. Ele de pessoas. Ela escuta. Ele xinga. Ela tenta enteder os porquês. Ele tenta não responder. Ela acredita na vida. Ele acredita em hérois. Ela pensa que poderia se mudar. Ele gostaria de voltar para casa. Ela segue sonhando. Ele segue acreditanto. Hoje em dia ele dorme e ela tem insônia. E apesar de terem aprendido e ensinado muito um ao outro, ainda seguem aprendendo um com o outro. Ela vai esperar. Ele também vai continuar na estrada. Um dia ela pára de sonhar e ele volta a sorrir.

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