sábado, 22 de janeiro de 2011



Falar tornou-se tão simples, olhar nos olhos e apontar o dedo na cara, gritando mesmo, mostrando os dentes e franzindo a testa.
Andei esquecendo de revoltas um pouco, embora não pareça.
Prefiro trancar-me no quarto o dia todo ouvindo o barulho do meu dedo no teclado, os barulhos das minhas cartas velhas sendo rasgadas uma por uma, fotos espalhadas ao chão de um tempo sem voltas.
E olha aonde cheguei. Como pude dar tantos passos sem sentir?
Foi assim, quando me dei conta estava amando como quem amava brincar de amarelinha na rua, trocando carrinhos e bonecas por pessoas de carne e osso. E onde estão meus doces? Porquê os trocaram por esses sentimentos difíceis de digerir?
Pois é, estou crescendo... tamanho e personalidade.
Ainda tenho tantas baladas amargas, alguns pirulitos de enfeite, uns coloridos em cima da cama. Troquei uma brincadeira infantil por uma brincadeira séria de ser gente e querer cada vez mais ser gente. Eu era uma criança amada, agora eu amo demais, e sou tudo demais, e eu me fodo demais mas também me amo demais.

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