sábado, 22 de janeiro de 2011


- Estou trabalhando.
Ele tocou uma das xícaras de café - que estavam quentes e pareciam no ponto perfeito - um tanto quanto cabisbaixo.
- São só alguns minutos de conversa despreocupada, sabe, como as pessoas costumam fazer quando convivem com outras pessoas.
- Isso é realmente importante, se você pudesse esperar...
- Eu posso te esperar até a eternidade, este café que ameaça esfriar.
- Só mais este parágrafo...
- O amor vai esperar pela eternidade?
- Depende do amor – ela deu um gole em seu capuccino, preparado com toda a dedicação que pode caber em alguém.
- Certo. E quanto ao tempo?
- O tempo não pára.
- Mas o amor morre sim, com o tempo. Por incrível que pareça.
- Amor de verdade não se esvai assim.
- Mas amor de verdade requer... perdão; Se alimenta da sua atenção.
Pela primeira vez naquela conversa, ela pousou os olhos nele. E percebeu que eles pareciam mais velhos.
Ela segurou sua mão com sua esquerda, e com a direita livre, fechou o notebook e pegou sua xícara.

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