sexta-feira, 11 de março de 2011

Palavras.

E é na dor que eu escrevo, somente no vazio do meu mundo que encontro as palavras.
Mundo particular, particularmente ímpar.
Em meio ao caos lá estão elas, encaram-me, confortam-me, tiram-me da solidão e me fazem companhia.
E é la, naquela fração de segundo, que eu escrevo.

Cansei.

E quando você cansa? Somente cansa de tudo isso. Não quer mais e pronto acabou. Eu nunca fui de acreditar que as pessoas mudam, creio eu que a essência continua a mesma independente do quanto elas se esforçem para mascarar essa realidade. Você pode se esconder de tudo e todos, mas tem uma pessoa que sempre vai estar la pra te apontar todos os seus erros no final do dia: o seu reflexo no espelho. E se eu cansar, ou melhor, e se eu cansei? Quando pode se saber se ainda há chance? Chance de fazer melhor, chance de se permitir, chance de se encontrar e, assim, encontrando o outro. Não sooa como eu esse texto, mas ok.
“No vácuo de mim eu me despenco. Porque seria preciso também abdicar de mim mesmo para novamente reconstruir-me. Minha extensão reduziu-se a este círculo acinzentado que é meu pensamento. Minha extensão é tão mínima que sufoco dentro dela. Preciso que tomem consciência do meu ser e preciso eu mesmo tomar consciência do que sou e do que significo nesta brecha de tempo.” (Caio Fernando Abreu)
Quase isso...

Erupção.

Vulcão interno
Rochas e Retinas
Lavas e Lágrimas
Quase fogos de Artificio
Grande orifício pessoal
Material expelido
Pensamento reprimido
Gosto amargo
Vomitando realidade
Liquido
Solidifica-se
Solidifica-me
Placas tectônicas
Temporariamente estáticas
Abalo císmico dentro de segundos

Diagnóstico.

O amor me comove. Chega a ser surpreendentemente patético o estado das pessoas ao serem pegas por ele.
Cegueira, ciúme doentio. Playlist de Silverchair. Idiotice.
Diagnóstico: Amor.
Discografia antiga no som do carro automaticamente te transportando para lembranças há muito tempo perdidas no baú de sua mente.
O amor seria segurança? Ou insegurança? Sei la... Osiclações demais tem esse tal de amor.
E o ciúme? Esse ai é sufocante, viciante e todos os antes do dicionário do sentimentalismo negativo.
"E carregava seu sentimento perto, muito perto. Seu ciúme era só seu."
Lembro de você pronunciando essas mesmas palavras naquele fim de tarde.
Era Fevereiro.
Se vale a pena? Vale, ou melhor, tem de valer. Por que outro motivo as pessoas mergulhariam fundo correndo o risco de baterem a cabeça em uma pedra e assim redescobrirem uma racionalidade antes perdida? Outra perspectiva.
Seria mesmo uma doença?
Não é uma cadeira da faculdade de medicina. Não se aprende na escola. Em casa? Dizem que preenche os comodos e eu nunca esbarrei com ele por la.
Onde se aprende? Onde está? E que porra é essa que tem tamanho efeito sobre os outros?
Enfim, o que poderia eu saber disso... 16 anos não me deram tantas teorias a respeito.
Perguntei à minha avó de 65 e ela também não sabe a resposta.