terça-feira, 13 de julho de 2010

.lado Pollyana da vida.


Andei analisando as coisas esses dias, meus motivos para estar triste e para estar feliz.
Pareceu-me injusto ter que compara-los, mas mesmo assim o fiz. Veja bem, meu amor mora a quilômetros daqui, minha família é confusa, eu odeio essa cidade, tenho menos coisas do que gostaria e preciso logo de uma faculdade. Porém meu menino me ama, minha família tenta me apoiar, passando na faculdade estarei indo embora dessa cidade. As coisas nem parecem mais tão ruins. Passei uns bons anos da minha vida me lamentando e acabei descobrindo que aquela história de que ninguém pode ter tudo é uma grande mentira.
Eu posso ter tudo, apenas não quero.
Quero o suficiente para me fazer feliz, quero o meu tudo. Então, o que eu quero? Quero uma casa e um monte de cachorros para morar comigo, quero casar, quero filhos lindos, quero um bom emprego, festas aos fins de semana, um amor que faça meu café da manhã nas segundas, jante comigo as quartas, que faça o jantar aos sábados comigo e almoce comigo aos domingos, que durma ao meu lado todos os dias. Quero mais sapatos e vestidos; quero poder sair com roupa velha e descabelada sem ser julgada por isso, quero experiências malucas. Quero uma casa na árvore para poder me esconder quando estiver com medo, quero sorrir sem motivo, quero mais vodka. Quero correr pelada, fazer sucesso tocando piano e cantando, quero meus amigos comigo. Quero voltar a ser a garota do cabelo castanho claro, quero continuar escrevendo por diversão, quero um romance comigo mesma. Quero café expresso durante as tardes e meus cigarros. Quero ser compreendida e compreender. Quero ler mais, ir com mais freqüência ao cinema, quero um pouco de licor de cassis com sorvete de madrugada. E daí que eu gosto de fumar? Isso não me torna pior, não muda quem eu sou. Isso é o meu tudo, e eu posso tê-lo enquanto estiver viva. Então, pare de pensar em como você está mal e comece a pensar em como pode virar o jogo para você.

domingo, 11 de julho de 2010

.apaixone-se.


Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada dois em um: duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.


John Lennon.